Livramento

Quando a força de uma mãe é o único conforto que nos resta

Por Tiago Rego | Jornalista

  • Deus não nos deu asas, nem olfato aguçado de um cão, nem as vistas tal como de águia, nem o equilíbrio de um gato. Dos animais, seríamos, talvez, os mais limitados, se não fosse por um detalhe: temos consciência. E esta consciência se estende, inclusive, diante da nossa finitude, e é tendo em vista a ideia de finitude que organizamos as nossas vidas. No entanto, mesmo este super poder da consciência que nos diferencia de todos os animais, e por mais bem espiritualizados que sejamos, a nossa consciência acerca do nosso fim ainda nos deixa impotentes. Ontem (12), por exemplo, Livramento recebeu com muita comoção a notícia da morte da filha da vice-prefeita, Joanina Sampaio, Maria Eduarda Morais Vazatta, de apenas 14 anos, que era carinhosamente chamada de Duda. O mais trágico disso tudo é que Duda deixou este plano ainda com muita vida pela frente, daí o tamanho do baque. Em seu velório, professores, colegas de escola e parentes da menina pareciam não acreditar, pois mesmo a nossa poderosa consciência ainda não evoluiu a ponto de entender certas interrupções, que dado a sua precocidade, nos leva a indagar a todas as forças do universo — por que?— E são estes mesmos questionamentos que nos levam a perguntar de onde vem a força de uma mãe? De onde vem esta força que faz resistir uma mãe mesmo diante do leito de morte da sua jovem filha? Do amor. A mais infinita das forças, a força capaz de nos unir diante da dor da perda irrecuperável. E quis Duda se chamar também Maria, nome singelo, mas de grande força, de infinitos dons, e como bem cantou Milton Nascimento: “Uma força que nos alerta, uma mulher que merece viver e amar, como outra qualquer do planeta Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor, é a dose mais forte e lenta, de uma gente que rí, quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta, mas é preciso ter força. ” E como bem diz a canção; força, Joanina!

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