Brasil

Presidente da Caixa Econômica é acusado de assédio sexual; aliados de Bolsonaro veem permanência no cargo como insustentável

"Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele"

Por Tiago Rego | Jornalista

  • O mar de crises do governo Bolsonaro parece não ter fim. Como se não bastasse os escândalos do Ministério da Educação (MEC), que envolvem o ex-ministro Milton Ribeiro, agora eclodiu outra querela, só que desta vez envolvendo o presidente da Caixa Econômica Federal, o senhor Pedro Guimarães, que está sendo acusado por funcionárias do banco público de assédio sexual. A notícia foi dada em primeira mão pelo portal Metrópoles, que ouviu algumas das vítimas, que prestaram testemunho ao referido noticioso sob a condição de sigilo. “É comum ele pegar na cintura, pegar no pescoço. Já aconteceu comigo e com várias colegas”; “Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele”; “Ele já tentou várias vezes avançar o sinal comigo. É uma pessoa que não sabe escutar não”; e “Quando escuta, vira a cara e passa a ignorar. Quando me encontrava, nem me cumprimentava mais”, são trechos de alguns destes depoimentos. Uma funcionária também relatou que Pedro promovia mulheres quando os atributos físicos lhe chamavam a atenção, mesmo estas não tendo qualificações técnicas para o cargo, sendo que elas eram transferidas para Brasília. Essas mulheres ficaram conhecidas como “Disco Voador”, revelou o Metrópole. Diante da repercussão negativa e das proporções que o caso já tomou, aliados do governo veem a permanência de Guimarães no cargo como insustentável, sendo que ele pode renunciar ainda nesta quarta-feira (29). Por meio de nota, a Caixa Econômica se manifestou sobre o assunto, e afirmou que não tem conhecimento dos fatos narrados. “A Caixa não tem conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo. A Caixa esclarece que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio. O banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de ‘qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça’. A Caixa possui, ainda, canal de denúncias, por meio do qual são apuradas quaisquer supostas irregularidades atribuídas à conduta de qualquer empregado”, diz trecho da nota.

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