Política

Para cobrir rombo de PEC do Auxílio Emergencial, Guedes quer congelamento de salário mínimo do trabalhador e aposentado

Pela proposta de Guedes, o salário mínimo perderia valor de compra, ou seja, basicamente, seria congelado, pois a conta está sendo feita por uma meta inflacionária do governo, que sempre é mais baixa do que acontece na prática

Por Tiago Rego | Jornalista

  • Para tapar o rombo que será deixado pela chamada PEC Kamikaze, que concedeu uma série de benesses eleitoreiras na tentativa de reeleger Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prepara para o ano que vem, uma manobra fiscal, que em caso de vitória de Bolsonaro, consistirá em congelamento dos salários do trabalhador, do aposentado, pensionistas e pessoas que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC). Trechos da proposta, obtidos pela reportagem da Folha de São Paulo, afirmam que “o salário mínimo deixa de ser vinculado à inflação passada“. Na nova regra, o piso “considera a expectativa de inflação e é corrigido, no mínimo, pela meta de inflação“. O gasto com benefícios previdenciários “também deixa de ser vinculado à inflação passada“. Com isso, abre-se a possibilidade de uma correção abaixo da inflação nos benefícios previdenciários, que têm despesas projetadas em R$ 859,9 bilhões para o ano que vem, e do salário mínimo. O piso nacional afeta também os gastos com seguro-desemprego. Outra discussão é mudar o índice usado para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a variação de preços sentida por famílias com renda de até 40 salários mínimos –e que costuma ser menor do que o INPC. Para se ter uma ideia da dimensão da mudança, o INPC de 2021 teve alta de 10,16%, percentual usado na atualização do salário mínimo para R$ 1.212. Caso apenas a meta de inflação de 2022 fosse aplicada, a elevação seria de 3,5%. Se a opção fosse pela expectativa do início do ano para o IPCA em 2022, o reajuste seria de 5,03%. Os detalhes ainda estão em discussão e não são definitivos. Com isso, o salário mínimo perderia valor de compra, ou seja, basicamente, seria congelado, pois a conta está sendo feita por uma meta inflacionária do governo, que sempre é mais baixa do que acontece na prática.

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