Cultura

No Dia Mundial do Rock, jornalista livramentense explica o por quê do gênero musical não ser mais popular no Brasil

"Existe uma falta de ressonância entre o discurso do rock indie com as massas"

Por redação

  • O dia 13 de julho é conhecido no Brasil como o “Dia Mundial do Rock”, mas há muito tempo o gênero mais ouvido do mundo deixou de ser popular em terras brasileiras, se limitando a um público underground e altamente nichado. Talvez, o último movimento de rock midiático no país se deu no início do anos 2000, com nomes como Pitty, Charlie Brown Jr., Detonautas, Raimundos, CPM 22, entre outras, o que perdurou até meados da primeira década deste século, sendo que lá pra cá, o sertanejo dominou e domina quase que sozinho todas as paradas de sucesso, com espaço, em menor grau, para o funk. Nas palavras do jornalista livramentense Tiago Rego, o rock deixou de ser popular porque perdeu a capacidade de se comunicar com as massas. “O rock sempre foi feito por uma elite branca e privilegiada. Foi assim nos anos 80, 90 e também nos anos 2000. Porém, apesar de não vivenciar os dramas das classes populares, eles sabiam se comunicar com as massas ao abordar temas universais, como amor, política e solidão. No entanto, hoje, com o chamado rock indie, essa capacidade de comunicação foi perdida. Existe uma falta de ressonância entre o discurso do rock indie com a massa, pois os anseios do garoto branco e de classe média alta destoam completamente dos anseios de um jovem da periferia ou das cidades interioranas do Brasil”, diagnosticou o jornalista. Além da linguagem, Tiago também aponta para aquilo que ele denominou de “estática musical”, ao analisar que o rock se tornou monótono e desempolgante. “Cara, o rock perdeu algo que é muito importante: a capacidade de fazer as pessoas dançarem. O rock indie se tornou algo taciturno, contido e sem graça. As bandas querem fazer show com meia dúzia de pessoas em espaços caros e elitizados. As bandas não fazem a menor questão de serem populares, pois não precisam da música para sobreviver”, afirmou o jornalista. No entanto, apesar do péssimo momento vivido pelo rock brazuca, Tiago fez questão de indicar a banda que mais ouve no momento no país. “Olha, eu gosto muito do Vanguart. Apesar de ser um som intimista e lírico, vale a pena prestar atenção na música deles”, recomendou.

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