Misoginia em nada tem a ver com relacionar-se sexualmente com mulher, mas em não respeitar a condição de ser mulher

Por Tiago Rego | Jornalista

• A palavra misoginia é oriunda da união dos termos gregos “miseo” e “gyne”, cujos significados são respectivamente ódio e mulheres, o termo é usado para definir sentimentos de aversão, repulsa ou desprezo pelas mulheres e valores femininos, em suma, o comportamento misógino tem relação com a condição de ser mulher, portanto, sem qualquer relação com a orientação sexual de quem a pratica. Na manhã desta terça-feira (06), o presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), cometeu mais um ato de misoginia. A vítima da vez, foi a jornalista Amanda Klein, quando interpelou Bolsonaro sobre os 51 imóveis comprados em dinheiro vivo, fato que foi revelado pela jornalista Juliana Dal Piva, do site UOL. O episódio envolvendo Amanda se soma a uma série de vários outros em que o capitão reformado não só ofendeu uma mulher no exercício de sua profissão, como também fez comparativo sexista. No caso de Klein, Bolsonaro rebateu a pergunta supondo que o marido dela votaria nele para presidente, e que isso poderia trazer problemas para Amanda em casa. Isso poucos dias depois do debate da Band, em que também atacou outra jornalista, a apresentadora do Roda Viva e colunista de O Globo, Vera Magalhães. E as ofensivas de Bolsonaro não poderiam vir em um momento, pois faltam pouco menos de 30 dias para o primeiro turno das eleições, e Jair assiste sua popularidade entre as mulheres, que compõem mais de 50% do eleitorado brasileiro, derreter a cada dia, segmento este que Lula (PT), seu principal adversário, tem grande vantagem. Ironia do destino, Bolsonaro será derrotado, sumariamente, por dois entes femininos que, com certeza, ele mais detesta: a democracia e as mulheres.