Coluna do Tiago

Joanina Sampaio: de futura prefeita à escanteada por Ricardinho; como decisão equivocada minou o capital político da vice-prefeita de Livramento

Joanina chegou a posar para fotografia com grupo oposicionista, mas decidiu permanecer na situação

Por Tiago Rego | Jornalista

Em um determinado episódio que entrou para os anais da política livramentense, a vice-prefeita de Livramento, Joanina Sampaio, cunhou a seguinte frase: “vice não serve para nada”, se referindo às limitações administrativas que seu cargo lhe confere. O que é uma inverdade rotunda, pois o vice pode contribuir, e muito, na governabilidade. Hierarquias à parte, o que muitos não enxergam em Joanina, é que ela reunia plenas condições de ser uma candidata competitiva ao Executivo livramentense, mas por conveniências outras, escolheu ser uma vice decorativa. Quem conversa com Joanina, que além de vice-prefeita, é empresária no ramo agrícola, escuta que ela não precisa de política e até mesmo não queria estar ocupando nenhum cargo público. Mas, ora, bolas, então por que está? O que falta à empresária, na verdade, é um pouco de tino político, principalmente do ponto de vista de potencialidade eleitoral, o que poderia ser resolvido facilmente por um minimamente preparado relações públicas ou marqueteiro político. Mas agora é tarde. Isso porque, em termos de persona, Sampaio reúne um bom enredo para criação de uma candidatura independente. Em primeiro lugar, o fato de ser mulher, já que a questão da participação da feminina na vida pública encontra eco na sociedade. Em segundo, a vice-prefeita possui origem humilde, e se hoje goza de conforto financeiro, é graças ao seu trabalho. E, por último, mas não menos importante, em sua atividade empresarial, Joanina negocia com todo tipo de público, desde o pequeno agricultor ao exportador, o que lhe confere boa capacidade comunicacional, com um erro de oratória aqui, outro acolá, mas nada que não possa ser resolvido por um intensivo de mídia training. No entanto, um político, mais do que qualquer outra entidade da sociedade civil, é dono do que cala e escravo do que fala. Joanina se expressou muito mal ao dizer que o cargo que ocupa não serve para nada. Todavia, sua declaração diz respeito a a atuação política na gestão de Ricardo Ribeiro (Rede), o Ricardinho, que faz questão de escanteá-la, até mesmo de ritos de praxe, como a transmissão do cargo em caso de ausência. Por isso, em termos de anseio político, Joanina cometeu um erro crasso ao permanecer no grupo situacionista, já que a empresária chegou a ensaiar uma debandada para a oposição, com foto e tudo mais, nas eleições municipais de 2020, o que se fosse concretizado, valorizaria seu ‘passe’, afinal, se tem uma coisa que o eleitor admira é quando o político se insurge contra aquilo que o reprime, porém a vice optou por uma zona de conforto, minando seu potencial, já que ainda faltando dois anos e seis meses para novas eleições em Livramento, o nome de Jânio Soares já é ventilado como possível candidato de Ricardinho.

  • Tiago Rego é jornalista e editor do site Sudoeste em Pauta.

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