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Bolsonaro está se recuperando nas pesquisas eleitorais? Jornalista do SN analisa resultado dos últimos levantamentos

Por Tiago Rego* | Jornalista

  • Nos noticiários dos últimos dias, muito tem se falado numa possível recuperação do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto, em especial por conta da sondagem do Instituto Quaest, do sociólogo e cientista político, Felipe Nunes. Segundo a Quaest, Lula (PT) oscilou um ponto para baixo, enquanto Bolsonaro um ponto para cima, o que resultou no placar de 44% a 32% em favor do petista. Apesar de Lula está liderando com folga, é possível perceber que a diferença vem caindo dentro da margem de erro. Mas diante de toda força da máquina administrativa do governo federal, da ampla cobertura midiática recebida pelo presidente, a evolução do chefe do Palácio do Planalto, a menos de dois meses da eleição, se dá a ‘conta gotas’. Portanto, se você está lendo a matéria porque torce pelo presidente Bolsonaro, tenho uma péssima notícia pra você: respondendo a pergunta do título, não. Bolsonaro não está se recuperando. Mas antes de cravar este prognóstico, primeiro deve-se esclarecer o significado político de recuperação. Em uma disputa eleitoral, no caso de um incumbente — aquele que defende à reeleição — , recuperação política se dá quando o postulante começa a restabelecer sua popularidade de modo a torná-lo competitivo novamente, tal como aconteceu com Dilma Rousseff em 2014, que a esta altura já liderava todas as pesquisas de intenções de voto. Todavia, não é o caso do capitão reformado, que de acordo com o Datafolha divulgado no mês passado, a diferença ainda é de 18 pontos, ou seja, uma verdadeira avenida eleitoral. Mas o que explica as oscilações positivas de Bolsonaro nas pesquisas? A resposta não é tão simples assim, mas a mais provável tem a ver com a expectativa que está sendo criada por causa das medidas econômicas anunciadas pelo governo, como o Auxílio Emergencial, ‘voucher’ para caminhoneiros, taxistas, além do vale gás, entre outras, porém, o que as pesquisas ainda não mediram é se o chamado ‘pacote de bondades’ de Bolsonaro conseguirá produzir uma sensação de bem-estar socioeconômico de modo a garantir a sua permanência na presidência da República. Caso não haja uma melhora expressiva na avaliação positiva da gestão federal, dificilmente, Jair conseguirá reverter o seu crítico quadro eleitoral.

*Tiago Rego é jornalista formado pela Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia, especialista em democracia digital, marketing político em redes sociais e redes de afeto político.

 

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