Coluna do Tiago

Declaração de apoio a Bolsonaro é apenas a ponta do iceberg do ‘menino’ Ney

Por Tiago Rego | Jornalista

  • Muito tem se falado de um setor de esquerda que nas eleições tinha como principal mote que o amor venceria o ódio. De fato, venceu, mas este mesmo amor, conforme a versão bolsonarista, não se estendeu ao ‘menino’ Ney. Mas será que foi apenas a escolha política de Neymar por Bolsonaro nestas eleições, que faz com que uma parte significativa da população brasileira deteste tanto o jogador ao ponto de vibrar com uma lesão que vai tirá-lo, no mínimo, da fase de grupos da Copa? Com certeza não. Neymar nunca foi unanimidade desde os tempos em que jogava no Santos, muito pelo contrário, o atacante sempre colecionou mais antipatizantes do que simpatizantes. E exemplos não faltam, pois aqui vale rememorar as palavras do técnico René Simões: “estamos criando um monstro no futebol brasileiro”, frase proferida quando Neymar tinha apenas 18 anos e, aí sim, a pecha de menino lhe caía bem. O certo é que o tempo passou, mas o agora adulto Neymar, com 30 anos nas costas, continua sendo um sujeito imbecilizado e fútil, comportamento, talvez, fruto de uma infância reprimida, que emula a projeção dos desejos não realizados do seu pai, mas aí, só Freud para explicar. Todavia, apesar de arrogante, pedante, irresponsável, egocêntrico, nada justifica um ser humano torcer pelo insucesso do outro, porém, como torcer por um atleta que curtiu postagem que zombava da dependência química sofrida por Casagrande, como torcer por um sujeito que é sonegador de impostos, como gostar de um cidadão que é misógino, como simpatizar um homem que acha o mundo deve girar em torno do seu umbigo, o que é refletido em sua postura dentro de campo, quando prende demais a bola em vez de distribuir mais o jogo, tal como faz Messi na Argentina? Por tudo isso e mais outras centenas de motivos, Neymar nunca foi ídolo e, assim como Bolsonaro, que nunca esteve à altura do cargo que terá que deixar em dezembro, o Peter Pan do futebol, também, não está à altura da camisa 10 que um dia foi usada por Pelé. 

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