Opinião

Nas pompas fúnebres da Rainha Elizabeth II, Bolsonaro proporciona última vergonha diplomática aos brasileiros

O ex-capitão busca, nem que isso custe mais um vexame diplomático, nas pompas fúnebres de uma monarca, ser aquilo que nunca foi: um ser humano

Por Tiago Rego | Jornalista

  • Jair Bolsonaro (PL) está a pouco mais de 100 dias de deixar a presidência da República, a não ser, é claro, que um verdadeiro milagre aconteça. Atrás nas pesquisas eleitorais, com uma rejeição bem acima do teto para viabilização de um candidato que tenta a reeleição, o ex-capitão tem tentado de tudo para se manter no poder, desde o sequestro do 7 de Setembro até participações em atos que se dizem voltados para Jesus. Mas ao que tudo indica, nada tem dado certo para Jair, nem as pontuais melhoras da economia faz o incumbente sair da casa média dos 30% dos votos, enquanto seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT), lidera todas as pesquisas, sem nunca sequer ter sido ameaçado pelo chefe do Planalto. Com a imagem de insensível junto ao povo brasileiro, muito por causa de seu comportamento em relação às vítimas da Covid-19, quando imitou pessoas com falta de ar, sintoma mais grave da doença, o ex-capitão busca, nem que isso custe mais um vexame diplomático, nas pompas fúnebres de uma monarca, ser aquilo que nunca foi: um ser humano. Em Londres, para o funeral da Rainha Elizabeth II, morta no último dia (08), ao lado de um pastor de conduta religiosa minimamente duvidosa, o inominável não só desrespeitou 215 milhões de brasileiros, mas desconsiderou o sentimento dos britânicos ao promover um comício para seu cercadinho londrino, em que expeliu as mesmas bravatas de sempre: bandeira vermelha, Cuba, comunismo, eleições fraudadas, além de ter feito um comparativo fora da realidade entre o preço do combustível da Inglaterra com o brasileiro, mas sem levar em consideração o abismo que separa o salário na Inglaterra com aquilo que é pago no Brasil. Ironia do destino, a despedida diplomática de seu pútrido governo não poderia ser em outro lugar, senão em funeral.

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