Institutos tradicionais de pesquisa confirmam favoritismo de ACM Neto, mas dados trazidos pelo Datafolha mostram que disputa está aberta
De acordo com o Datafolha, Jerônimo é desconhecido por 61% do eleitor na Bahia
Por Tiago Rego | Jornalista
- Foram divulgadas nesta semana duas pesquisas de institutos tradicionais para disputa pelo governo da Bahia: o Datafolha, encomendada pela Rádio Metropole, e o Ipec (antigo Ibope), em parceria com a TV Bahia. Os números confirmaram até o aqui o favoritismo de ACM Neto (União Brasil) — No Datafolha, ACM Neto tem 54% das intenções de votos, enquanto no Ipec Neto marca 56% —, porém, o Ipec só mostrou a disputa estimulada, enquanto o Datafolha trouxe outros números que mostram que apesar da larga margem do ex-prefeito de Salvador, a disputa ainda segue completamente aberta. Isso porque, conforme o Datafolha, quando o nome dos candidatos não são apresentados (pesquisa espontânea), ACM Neto tem 27% da preferência dos entrevistados, seguido por Jerônimo Rodrigues (PT) que aparece com 7%. No entanto, ainda segundo a sondagem, metade dos baianos, ou seja, 50% ainda não sabem em quem votar.
Nível de conhecimento dos candidatos – Outro fator que mostra que a disputa na Bahia segue indefinida, diz respeito ao grau de conhecimento dos baianos em relação aos postulantes. Neto, que administrou Salvador por 8 anos, é conhecido por 92% do eleitorado da Bahia, enquanto seu principal concorrentes, o candidato do PT, é desconhecido por 61% dos eleitores no estado, mais precisamente, o grau de conhecimento de Jerônimo é de 39%, menos de 50% da amostra em questão.
Fator Lula – Tanto o Datafolha, quanto o Ipec mostraram que o ex-presidente Lula (PT) teria 61% dos votos na Bahia, mas o primeiro aponta que 42% do público da pesquisa votariam, com certeza, em alguém indicado por Lula. Outro desdobramento a ser levado em consideração é a avaliação popular do governador Rui Costa (PT) — Costa tem 43% de ótimo e bom, 33% de regular e apenas 16% consideram sua gestão ruim ou péssima —, e o desempenho em questão é transformado em aditivo eleitoral, pois o levantamento do Datafolha mostra que 38% das pessoas ouvidas votariam em um nome indicado pelo partido.
Passado bolsonarista de ACM Neto – ACM Neto não só declarou voto em Bolsonaro em 2018, como também articulou que seu antigo partido, o Democratas, em que presidia, integrasse a base do governo Bolsonaro, o que resultou na desfiliação de Rodrigo Maia (PSDB), ex-presidente da Câmara, e ainda na indicação do ministro Onyx Lorenzoni. Na Bahia, além da alta rejeição a Bolsonaro, o Datafolha mostra que 68% dos baianos votariam em um nome indicado pelo presidente, daí a explicação de Neto não ter palanque nacional na disputa, já que declarar apoio ao presidente seria um verdadeiro tiro no pé. Outro retrospecto que pesa contra o neto de Antônio Carlos Magalhães é seu antipetismo e antilulismo. Quando era deputado federal, Neto não só foi um crítico ferrenho de Lula, como em uma oportunidade, afirmou que se Lula cruzasse seu caminho, daria uma “surra” no petista.