Livramento

Livramentense Vera Lúcia Santana pode se tornar a primeira juíza negra do TSE

Neta de lavadeira e filha de professora, Vera Lúcia deixou Livramento aos 18 anos

Por Tiago Rego | Jornalista

  • Nesta quarta-feira (04), o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) indicou a lista tríplice que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro (PL), para uma vaga de ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os nomes da lista, está o da livramentense Vera Lúcia Santana de Araújo, primeira mulher negra a figurar na lista. A advogada Vera Lúcia tem 68 anos e é neta de lavadeira e filha de professora, e deixou a cidade de Livramento de Nossa Senhora aos 18 anos, com destino à Brasília, para estudar direito, onde se aproximou do movimento estudantil durante o período da ditadura militar. Vera é ativista do combate à desigualdade racial, e de acordo com entrevista concedida ao site G1, sua luta é por inclusão as mulheres nos espaços de poder.  “Tem essa história de ser o inusitado, mas enquanto uma mulher negra estiver nessa posição de única e primeira é um passo, mas também é um fardo muito pesado. E isso pesa. A minha luta por cidadania coletiva e por inclusão é que a gente tenha isso como rotina. Ninguém se surpreende com brancos ocupando qualquer lugar. O próprio TSE tem homens e mulheres brancos. Então, já tendo mulheres, o inusitado é ser negra. Isso é algo que precisará ser trilhado por gerações”, declarou a advogada. Entre as funções públicas exercidas pela livramentense, está a de secretária-adjunta de Igualdade Racial do Distrito Federal (DF) e diretora-executiva da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), também no DF, na gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB). Vera é integrante do grupo de advogados Prerrogativas e por diversas vezes teceu duras críticas ao Governo Federal, mas ela acredita que isso não será um empecilho para escolha do seu nome. “O ministro Fachin fez uma ação pioneira, com uma lista ampla, que era de 20 nomes, passou para quatro e será finalizada com três. Então, quero acreditar que, dentro da necessária harmonia entre poderes, a lista dos três nomes será respeita dentro do marco da Constituição, e o presidente escolherá um dos nomes referendados pelo STF, sem que nenhum elemento de natureza política interfira”, afirmou.

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