Intervenção policial resulta em três mortes de civis em Livramento em menos um mês

Por Tiago Rego | Jornalista

• Nos últimos 22 dias, em Livramento de Nossa Senhora, cidade do médio sudoeste baiano, ações da Polícia Militar (PM) de combate ao tráfico de drogas resultaram em três mortes. Conforme informou a Assessoria de Comunicação da PM, a ‘causa mortis’ dos civis é resultado da resistência à abordagem policial. Foi o caso de Rinivon Souza Ribeiro, popular Azul, morto durante no dia 11 de abril, nas imediações do bairro Jurema, de Deivison Santos Silva, morto no último dia 22, na comunidade da Barrinha, e nesta segunda-feira (02), morreu Alisson Ribeiro de Oliveira, o Tuquinha, em ação policial realizada no Condomínio Zé Pinha, Ainda de acordo com informações da PM, todos os mortos tinham relação com o tráfico de drogas. Nestes casos, a polícia detalha que o modo de agir dos abordados se repetiram nas três intervenções — fuga e o consequente investida por meio de tiros de arma de fogo — , o que levou os militares a revidarem “a injusta agressão”, conforme consta nos releases informativos. Calibre .32 – Com os três mortos foram apreendidos além de substância análoga à maconha ou maconha propriamente dita, uma arma de fogo do tipo revólver calibre .32. Situação de morte por intervenção policial na Bahia – Em matéria divulgada pelo site Metro 1, da cidade de Salvador, em levantamento feito pelo Ideas Assessoria Popular revelou que, entre janeiro e fevereiro de 2022, 104 pessoas foram mortas durante intervenções policiais na Bahia. De acordo com o Ideas Assessoria Popular, a pesquisa teve como base os os municípios de Salvador, da Região Metropolitana e as cidades com mais de 100 mil habitantes. No caso de Salvador, este por sua vez, contabiliza mais de 38,5% das mortes. O levantamento foi realizado mediante ao recolhimento de dados de notícias disponíveis em veículos de comunicação. Ao Metro 1, o Ideas Assessoria Popular busca por meio deste estudo tentar estabelecer uma lógica no que tange a violência policial no estado. “Trata-se de uma tentativa de compreender a dinâmica da violência policial no estado, através de uma metodologia possível à sociedade civil. A SSP-BA possui a tecnologia para o processamento dessas informações com mais robustez, contudo tem se negado/omitido a disponibilizá-las”, afirmou a organização.